Crônicas do Incontável

Devaneios e Loucuras escritos por uma criatura que desafia as leis do bom senso!

sexta-feira, julho 30, 2004

O Crime de uma vida

Anjo caido, o que fizeram contigo?
Como castigaram-no de tal forma?
Do calor de tua casa fora exilado,
Já havia sido expulso dos céus,
Em sua dolorosa descida ao inferno,
Tua mente já gritava em desespero,
As imagens distorcidas e fúnebres,
Difundiam o mal em tua carne,
Por que não gritastes tua cólera?
Sua chegada as profundezas,
Dilacerou e retalhou tua alma,
Tuas asas foram arrancadas,
Lentamente uma após a outra,
O sangue que corria em tuas veias fora sugado,
Em seu lugar injetou-se ácido,
Teus olhos nunca mais enxergarão,
Pois tu fora cegado,
E privado de todos os outros sentidos,
Mesmo assim não fraquejou,
Por que não imploraste por tua vida?
Os que te torturaram,
Ainda hoje cospem em teu rosto,
Fora esquecido por todos,
Teus criadores,
Teus amigos,
Tua amada,
Nada mais restava para ti,
E ainda assim,
Teve força para abrir a boca,
E perdir perdão por teus crimes?
E quais foram eles?
Por que o condenaram,
A esta forma espectral,
Nem vivo, nem morto, nem zumbi?
Seu crime, se houve algum, direi a você!
Amaste demais!